Quem já teve aquele famoso problema de várias áreas internas do cliente competirem por destaque na home, e aí pra resolver de forma democrática usa-se um carrossel ou “image slider” no topo pra todo mundo sair satisfeito? Sim, isso é muito comum, mas será que é a solução ideal?
Em nossa reunião semanal de troca de conhecimento discutimos este assunto por questões de acessibilidade: em um projeto de pesquisa descobrimos que as imagens trocando de posição sozinhas eram bem complicadas para usuários de leitores de tela e ainda piores para usuários de ampliadores – quando estão chegando à metade da leitura de um destaque, ele some e dá lugar a outro, a navegação para voltar é difícil, então o usuário fica seriamente frustrado e desiste. Na verdade, qualquer usuário pode perder o interesse se é interrompido enquanto observa um conteúdo – e aí, consequentemente, o cliente perde a oportunidade de negócio.
Outra questão que já foi vista em vários testes é o efeito “banner blindness” – muitos usuários ignoram completamente aquela área, pois associam com anúncios chatos e irrelevantes para o que vieram procurar – portanto estamos desperdiçando um espaço muito importante em área nobre da página, que poderia ter conteúdo que efetivamente gera conversão.
Para resolver este problema de usabilidade, acessibilidade e estratégia, o ideal é descobrir junto com o cliente o que é realmente mais importante para o negócio dele: se é chamar a atenção dos usuários para as últimas ofertas do seu e-commerce, OK, um carrossel pode funcionar bem (pelo menos com algumas melhorias de usabilidade comentadas neste post, como permitir uma boa navegação e um controle do usuário); agora, se é passar informação sobre a sua empresa ou permitir que o usuário encontre rapidamente um conteúdo que veio procurar, então pode ser um problema colocar vários banners disputando atenção e todos sendo ignorados – aí vale pensar melhor em outra solução, como uma foto nova a cada visita que represente bem a imagem que ele quer passar da empresa.

Este post explica a questão de usabilidade de forma completa, com opinião de vários especialistas e alguns dados de pesquisas gringas.
E aí podemos levantar a questão: será que o usuário brasileiro se comporta da mesma forma? Quem tiver ideias ou experiências, comente aí!